Trabalho Técnico de Juventude
«Youth Work» na literatura internacional, é também referido como «trabalho de juventude», «trabalho em prol da juventude», «trabalho desenvolvido por especialistas na área da juventude» ou «trabalho socioeducativo em prol dos jovens».
O que é?
O Trabalho Técnico de Juventude pode consistir nas ações direcionadas para jovens, nas atividades em que participam voluntariamente que são concebidas para apoiar o seu desenvolvimento pessoal e social através da aprendizagem não-formal e informal.
Tem por base os seguintes três princípios orientadores:
Os jovens escolhem participar.
Reconhece que jovens e técnicos/as de juventude são parceiros no processo de aprendizagem.
Acontece onde os e as jovens estão.
Engloba atividades a nível social, cultural, educacional, relacionadas com desporto e com política e são realizadas com, por e para jovens visando promover espaços de oportunidade de desenvolvimento, apoiar jovens de modo a que estes alcancem o seu máximo valor, encorajando o seu desenvolvimento pessoal, autonomia, iniciativa e participação na sociedade.
O que é um/a Técnico/a de Juventude
Técnicos/as de juventude são pessoas que trabalham em contacto direto com jovens, realizando atividades que visam apoiar o seu desenvolvimento pessoal e social.
Está caracterizado pelo Sistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RCVV) como um/a profissional que intervém na prevenção, conceção, organização, desenvolvimento e avaliação de projetos, programas e atividades com e para jovens, através de metodologias de educação não-formal, facilitando e promovendo a cidadania, a participação, a autonomia, a inclusão e o desenvolvimento pessoal, social e cultural.
A profissão é reconhecida nas conclusões do Conselho da Europa sobre o Trabalho Técnico de Juventude e destacado num estudo de 2014.
Os Princípios Essenciais
O Trabalho Técnico de Juventude de modo a ter sucesso e ser atrativo deve:
- Ser percecionado como atrativo e trazer valor ou alegria à vida;
- Responder às diferentes necessidades, interesses e experiências dos e das jovens como estas são percecionadas por eles/as próprias;
- Basear-se na participação, envolvimento e responsabilidade voluntária e ativa de jovens.
- Ser inclusivo, alcançando e acolhendo todos os grupos de jovens;
- Ter uma perspetiva holística e reconhecer os/as jovens como indivíduos e seres capazes;
- Potenciar e valorizar os direitos dos e das jovens, o seu desenvolvimento pessoal, social e a sua autonomia;
- Ser projetado, implementado e avaliado em conjunto com os/as jovens;
- Basear-se em educação não-formal e na aprendizagem informal;
- Reger-se numa perspetiva visível de aprendizagem e desenhar as atividades, de acordo, com objetivos de aprendizagem claros e relevantes perante os participantes.
Um relatório do Grupo de Peritos sobre o Sistema de Qualidade do Trabalho de juventude nos Estados Membros da UE refere-se aos princípios para a implementação de atividades e projetos de trabalho de juventude.
O Trabalho Técnico de Juventude de modo a ter sucesso e ser atrativo deve:
Ser percecionado como atrativo e trazer valor ou alegria à vida.
Responder às diferentes necessidades, interesses e experiências dos e das jovens como estas são percecionadas por eles/as próprias.
Ser inclusivo, alcançando e acolhendo todos os grupos de jovens.
Ter uma perspetiva holística e reconhecer os/as jovens como indivíduos e seres capazes.
Potenciar e valorizar os direitos dos e das jovens, o seu desenvolvimento pessoal, social e a sua autonomia;
Basear-se na participação, envolvimento e responsabilidade voluntária e ativa de jovens.
Ser projetado, implementado e avaliado em conjunto com os/as jovens;
Basear-se em educação não-formal e na aprendizagem informal.
Reger-se numa perspetiva visível de aprendizagem e desenhar as atividades de acordo com objetivos de aprendizagem claros e relevantes perante os participantes.
Como Se Distingue de Outras Áreas?
O Trabalho Técnico de Juventude foca-se no desenvolvimento de jovens e na sua dimensão pessoal, social e cultural, e com a finalidade de promover a ligação entre pares e com as atividades, os técnicos de juventude recorrem a ferramentas e atividades com base no lazer.
Os/as jovens têm um papel fundamental enquanto parceiros e cocriadores no planeamento, implementação e avaliação dos programas e atividades destinadas aos mesmos, tendo como tal um papel ativo e não apenas como beneficiários do trabalho de juventude.
Por exemplo: uma atividade é organizada por jovens, mas, se não tem como foco ou não é destinada a jovens, pode não consistir em trabalho técnico de juventude.
Geralmente, distingue-se pela persecução dos princípios orientadores, sobretudo no foco no desenvolvimento pessoal, social e cultural de jovens pela conceção e não somente pelas consequências. Existem bons exemplos de trabalho técnico de juventude em outras áreas, no entanto, e apesar do foco ser o mesmo público alvo, é fundamental reconhecerem-se as diferenças.
Alguns exemplos
Na vertente do desporto, «atividades puramente assentes na melhoria do desempenho e na excelência de um determinado desporto não são consideradas trabalho técnico de juventude pelos representantes do setor» – a diferença geralmente está na hierarquia de objetivos na forma como é realizado.
As atividades de lazer, dependendo das condições, podem descrever o período em que ocorrem e não estarem diretamente relacionadas com os objetivos. Referem-se às atividades com foco principal na diversão e não no desenvolvimento dos jovens e sua dimensão pessoal, social e cultural. Contudo, este tipo de atividades pode ser usado como ferramenta para a promoção da ligação dos jovens com os pares e com as atividades.
Um local para os jovens usufruírem, mas que não possua de forma clara como apoiar o desenvolvimento pessoal ou a aprendizagem não formal, pode não ser considerado um local onde o trabalho de juventude ocorre. Por exemplo: uma sala com mesas para trabalhar, estudar, ler livros ou jogar
O trabalho com jovens também pode incluir objetivos semelhantes, como a prevenção e a inclusão social. No entanto, se não visa o desenvolvimento pessoal e social de jovens ou os participantes não participam voluntariamente nas atividades, deve ser considerado trabalho social em que a intervenção é realizada com base em métodos de educação não-formal. O serviço social poderá desenhar e implementar soluções preventivas e interventivas que incluam o Trabalho Técnico de Juventude.
O trabalho com a juventude proporciona a educação, geralmente, fora do contexto escolar e é orientada por técnicos de juventude profissionais, voluntários, jovens líderes, funcionários públicos ou elementos de organizações não governamentais através de programas de financiamento e sistemas de apoio.
Onde se realiza?
Os locais e formas mais comuns onde se realiza o trabalho técnico de juventude:
Dependendo do país e do reconhecimento a nível nacional, regional e local, o trabalho técnico de juventude poderá ser realizado noutras entidades e locais, nomeadamente as escolas, os espaços comunitários, as igrejas e as bibliotecas, etc.
A eficácia desta abordagem originou um crescente número de organizações – como as que trabalham na justiça dos jovens e na melhoria da saúde – com a finalidade de desenvolverem uma abordagem para o trabalho dos jovens. Permitindo que jovens que, de outra forma, poderiam ser alienados do apoio, obtenham os serviços de que precisam.
Os locais e formas mais comuns onde se realiza o trabalho técnico de juventude:
- Centros de Juventude;
- Projetos e Iniciativas com e para jovens;
- Grupos informais de jovens;
- Acampamentos para jovens;
- Informação para jovens;
- Organizações de Jovens ou de Carácter Juvenil;
- Movimentos Juvenis.
Dependendo do país e do reconhecimento do trabalho técnico de juventude é reconhecido, este poderá ser realizado noutras entidades e locais, nomeadamente as escolas, os espaços comunitários, as igrejas e as bibliotecas, etc.
A eficácia originou um crescente número de organizações – como as que trabalham na justiça dos jovens e na melhoria da saúde – com a finalidade de desenvolverem uma abordagem para o trabalho dos jovens. Permitindo que jovens que, de outra forma, poderiam ser alienados do apoio, obtenham os serviços de que precisam.
Referências e Recursos
Os conteúdos desta página foram traduzidos e adaptados ou citados dos seguintes recursos:
- Quality Youth Work – A common framework for the further development of youth work – Report from the Expert Group on Youth Work Quality System in the EU Member States (em Inglês)
- Trabalho de Juventude – Comissão Europeia (em Inglês)
- Working with young people: the value of youth work in the European Union (p. 60) (Inglês)
- O que faz exatamente um Técnico de Juventude? – The Guardian (em Inglês)
- Técnico de juventude em Portugal – Portal da Juventude (Português)
- Boas práticas na área da juventude – Comissão Europeia (em Inglês)
- História do Trabalho de Juventude em Portugal – Jorge Orlando Queirós (em inglês)
- A história do Trabalho de Juventude na Europa Vol 1 – Publicações do Conselho da Europa (em inglês)
- A história do Trabalho de Juventude na Europa Vol 2 – Publicações do Conselho da Europa (em inglês)
- A história do Trabalho de Juventude na Europa Vol 3 –Publicações do Conselho da Europa (em inglês)
- A história do Trabalho de Juventude na Europa Vol 4 – Publicações do Conselho da Europa (em inglês)
- A história do Trabalho de Juventude na Europa Vol 5 – Publicações do Conselho da Europa (em inglês)